segunda-feira, 24 de maio de 2010

Xeque-mate

Nunca aprendi a jogar xadrez!




[...]

Pensamentos seguem o rumo de uma estratégia de mestre, na esperança de encontrar uma maneira de rever as peças que estão no tabuleiro, e saber movê-las sem assassinar a rainha. Como a vida é irônica, justo eu que jamais coloquei um vestido de princesa, me encantei por coroas, reinos e princípes, me encontro hoje num jogo aonde estou a ser representada pela rainha. Qual o poder e dever dela? Não sei! Só sei que a cada movimento por mais milimétrico que seja, sinto que estou perdendo, sinto que não faço mais parte da jogada. 
Me deem peças, me mostrem o tabuleiro, no entanto, ninguém está aqui ao meu lado me ensinando como jogar e não sair perdendo. É fácil discutir sobre um jogo, em que você é o reverenciado, que você conhece e sabe que vencerá. Difícil é você aceitar o desafio, chegar sem nada saber e sair mais "perdida" do que se encontrava antes.
Por que o rei não protege a rainha? Não seria essa função dele?
Parece que não!


[...]

Xeque-mate!
Está tudo preto e branco. Antes escuro, agora claro. Ontem indeciso hoje consciente. Era uma vez... e assim o verbo mudou de conjugação, perdendo o seu ideal de futuro e nem mais existente no presente. Guardem as peças do jogo. Recolham o tabuleiro. E o jogo será esquecido, pois aí está o encantamento do xadrez, ele pode ser jogado em qualquer lugar, basta ter jogadores, peças e tabuleiros. Nada resta além das lembranças de uma boa jogada, isso quando ela foi uma boa jogada. É um esporte para os fortes, habéis, e capazes. É um suicídio para estreantes, sensíveis e sinceros.


Rastros na areia da estrada. Estraçalhos de um vaso quebrado, antes colado, agora em novos formatos entre cola e partes. Silêncio! O personagem-narrador se cala enquanto um novo conto ganha uma nova página.


P.S. "A sinceridade sempre dói, mas nunca magoa" (M. C.) 

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