segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quem nunca disse que nunca ia dizer nunca?


Eu, no meu ímpeto jeito de ser humana, me vir hoje com a necessidade de colocar em dia esse blog, que é mais que uma página virtual onde posto meus pensamentos e devaneios, mas aquele local aonde expresso o meu lado mais calado de ser que grita no intuito das palavras serem o suficientes para que alguém compreenda o que estou a sentir.
Loucura?
Talvez!

Prefiro pensar em devaneios, pois quem nunca se sentiu cheio de uma vida (da sua vida) a ponto de querer explodir?
Quem nunca se olhou seriamente no espelho e perguntou quem realmente era?
Quem nunca chorou sem motivos, riu sem vontade ou calou-se enquanto seus pensamentos exigiam uma reação humana de fala?
Quem nunca duvidou do amor ou até mesmo se questionou sobre o que realmente é o amor?
Quem nunca disse que nunca ia dizer nunca?

Talvez seja esse a razão dos nosso questionamentos, o NUNCA. O nunca não existe (desculpe a decepção por essa revelação!). Não existe porque sempre o transgredimos, sempre utilizamos a palavra nunca numa oração em que prometemos o que não podemos cumprir. 
Tal palavra aparentemente vaga nada mais é que o sentido de sermos humanos, de sermos incompletos, de sermos insaciáveis, pois eis algo que não alcançamos, o nunca.
E o porquê de eu está cá a falar disso?
Não sei!
Creio que NUNCA sei as razões pelas quais sempre falo/escrevo, sinto como um escape, mas de quê e porque eu não sei. 
Me vejo diante desse texto como uma colcha de retalhos em que cada parte que me compõe seja um questionamento, e olho para essa colcha e a vejo incompleta, não por falta de tecido, não por falta de uma linha que amarre cada pedaço aos outros, mas sinto por não entender quem cobrir com esse meu eu questionável, pois não sei quem poderia colocar por cima de cada pedaço de retalho/questão, um tecido transparente, elegante e suave capaz de responder as questões costuradas num formato em que meu corpo parece desconforme a colcha feita.

Quem NUNCA  se sentiu perdida, por favor, peço que me mostre o caminho a seguir...


P.S. Há quem diga que só Freud explica, eu diria que nesse momento só Clarice Lispector me entenderia. Boa tarde!

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