terça-feira, 20 de abril de 2010

Cansada!

Encontro-me extremamente cansada. Não sinto somente um cansaço fisíco ou de um dia estressante, minha alma é quem grita de maneira a tremer meus tímpanos pedindo descanso, o meu conceito de amizade se diz horrorizado com o que roubaram de mim.
 Estou exausta desse mundo em que minha função para alguns é por instantes ou quando necessário, e quando não sou tão útil sou esquecida, em qualquer espaço vago que possa abrigar uma criatura tão pequena, logo porque é preciso saber onde estou, afinal como irão me encontrar quando mais uma vez precisarem de mim.
Sinto-me como uma lajedo em uma praia frenquentada por vós ainda criança, aquele local inerte que não importa quando retornarás sempre terás contigo a certeza que o encontrará lá, no mesmo local esperando por você, para que você se encoste nele e assim possa narrar todas as mesmices de um humano que vivi a reclamar da vida que tem.
Há uma diferença entre mim e o lajedo, ele só ouve e eu sou "obrigada" a sempre falar, pois é essa sua intenção ao me procurar, ouvir o que eu estou a pensar (na realidade, ouvir o que você mesma disse só que com minhas palavras para soar como algo correto a ser feito, brincamos de telefone sem fio).
O lajedo tem mais sorte do que eu, as ondas desse mar que veio a minha mente e eu o criei nessas linhas que se descorrem em sua tela, não mais como um mar, mas como uma cachoeira, recebe a carícia da maré alta em noites de frio e solidão, recebe o calor forte e o brilho intenso da estrela maior em dias ensolarados (eu nada recebo).
O lajedo não se cansará assim como estou, pois ele não se move, não tem que fingir algo que não sente, a função dele é somente lá estar, posto na areia branca que vai e vem de acordo com o vento, já eu não estou posta em uma areia que pode ser levada com o vento, sinto minhas raízes "enraizadas" (redundante eu sei!) no solo duro e pouco fértil.
Talvez aqueles que blasfemam por aí uma amizade existente, sejam apenas lobos fantasiados de bons samaritanos que estão próximos a mim declamando o poder do amor e da amizade eterna, talvez meus ouvidos cansaram de ser orelhão e só receber chamadas e fazer chamadas sem ter a oportunidade de se pronunciar, só ouvir e repassar. 
Depois que você conhece uma amizade verdadeira é difícil ser enganada por falsos atores em cenas de amor fraterno e alma gêmea da amizade.
Estou cansada!
Exausta eu diria...
Escutar repetidas vezes a mesma história, sempre oferecer meu ombro amigo, passar a toalha de papel pela região por onde tende a escorrer um rio de lágrimas, ser cômica para te arrancar um sorriso, dizer que pode contar comigo e você só fazer isso quando realmente está em apuros. Na hora da comemoração, sou esquecida naquele espaço que possa guardar essa pequena criatura, afinal as glórias da sua vida eu não faço parte, mas das tristezas e momentos de solidão eu sou teu refúgio.
Jogo a toalha molhada, não me preocuparei mas se ela irá secar ou não, nem me importarei se ela mofar algo, estou cansada de te recompor. Não quero mais ouvir os gritos de protesto dentro de mim por ser tão boa para ti.
Vou descansar!
Caso eu volte de férias você descobrirá. No entanto, não se surpreenda caso o lajedo não esteja mais onde você sempre o encontrava, não prometo que ele voltará.   =/

Boa noite! *


P.S. É preciso falar e ouvir, porém o mais importante é se reconhecer no outro. A AMIZADE é uma palavra tão forte e séria que deveria exigir de muitos uma formação básica antes sequer de pronunciá-la.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Quanto vale um sonho?


          Vivemos a nossa vida construindo um castelo de areia, na esperança que ele jamais vai desmoronar, no intuito de embelezar não somente os nossos olhos mas os de todos que estão em nossa volta, na certeza que seremos as princesas e princípes do castelo construído.
          A questão é que nunca contamos com o tempo, não lembramos que existe um fator chamado vento que quase sempre leva a areia consigo em um soco de velocidade, e no lugar do castelo construído nos restam apenas a lembrança deste e os restos do espaço que antes armazenava todos os nossos sonhos.
          Passamos um bom período da nossa existência construindo o castelo e depois armazenando os nossos sonhos nele, e quando o vento passa por nós aliviando o calor e trazendo consigo a destruição, pois nem tudo que é belo não traz más companhias, é que percebemos que a construção que armazenava os nosso sonhos que antes pensavámos ser sólida, era simplesmente uma ilusão, pois tudo que resta é a poeira que ainda leva a areia antes firme aos nossos olhos.
          Sabe, não moro no litoral, não tenho a presença da areia do mar ao lado de casa (a areia existente é ineficácia do sistema de saneamento e limpeza urbana), na realidade não faço parte de um conto de fadas (eles existem?), e aos sonhos prefiro os chamá-los de objetivos, pois quando os não conquisto a dor parecer ser menor quando penso que era um objetivo e não um sonho (mentira! tenho sonhos!). Não sou princesa, não quero um princípe e não construo castelos seja-os de areia ou concreto. Sou o avesso do inverso!
            Quanto vale um sonho? Não sei! Ou talvez eu saiba, um sonho vale o período de vida que cada um tem. Cada sonho realizado você contrói mais um a ser e ter, parece que somos insaciáveis, sempre estamos em busca de algo, sempre estamos a sonhar na esperança de um dia nos sentirmos completos. O problema é que esquecemos que não há completude.
             Devemos parar de sonhar? Jamais! É como pedir ao homem que deixe de se alimentar ou saciar a sua sede, o sonho é o alimento da alma, é a vitamina da esperança e o suprimento do futuro.

 - Se eu posso fazer um pedido, não me leve os sonhos! Pegue minha carteira, conte as moedas e leve consigo. Destrua os móveis. Me roube a vida, mas que deixe os sonhos, pois enquanto os sonhos vivem em mim, eu vivo pelos meus sonhos! O valor dos meus sonhos correspondem os minutos de vida calculados com a multiplicação da esperança que reina em mim.

Boa noite! <3

domingo, 11 de abril de 2010

Aluga-se um coração!



Aluga-se um coração!

Anuncio que aqui reside um coração que está pronto para ser alugado, um coração que já foi maltratado, mas que agora foi reformado. Ele teve suas estruturas abaladas, sua base estremecida, suas portas trancadas, janelas travadas e pintura danificada. Um coração que após as tempestades encontrava-se cheio de goteiras, que seu piso era composto por uma água salgada que saiu de uma área lacrimosa. Troquei a madeira do telhado, agora não há mais goteiras. Preenchi as partes vagas da sua base e hoje encontra-se mais confiáveis. Reformei suas estruturas, abri as suas portas e destravei as janelas por onde agora adentra a luz do sol que ilumina aquele espaço antes sombrio. A pintura ganhou novas cores, e assim ganhou uma nova vida. As instalações elétricas e de segurança foram renovadas e hoje possuem um novo código de acesso, agora está restrito para aqueles que EU considero dignos de habitarem esse novo lar. Uma residência reformada é como uma nova casa, pois a sua antiga estrutura com o tempo será esquecida, e os elogios que recebe sempre vêm através da beleza que encanta os olhos daqueles que a veem atualmente. A habitação consta com decoração moderna e objetos de última geração, porém não se engane, pois o relógio ainda é um velho tic tac posto firme na sala de jantar, aonde o tempo é marcado da mesma maneira em que era nos tempos medievais. A música que se ouve nessa morada também pode te surpreender, ela sai de uma herança do meu avô, um velho rádio escondido no final do balcão da cozinha em que embala cada atividade praticada por mim durante o dia.  E o meu lugar preferido é a cômoda preguiçosa que estar posta na varanda antes da porta que autoriza a sua entrada nesse lar. Nela eu vigio aqueles que passam em frente dessa residência, aqueles que olham, admiram e simplesmente passam. Aqueles que batem a porta por curiosidade, no entanto suas intenções são tão superficiais que não chegam nem a ver a minha presença ao lado da porta. Aqueles que horas e outras me visitam, entram na minha moradia e em seguida saem, não sei se é porque não gostam do lugar ou é porque eu ainda não aprendi realmente como tratar um novo morador. Fico na varanda a pastorar também, porque lá dentro já existem moradores fixos, que há tempos lá vivem, antes mesmos da reforma, e foi por causa deles que eu pude reformar esse lugar, apesar das danificações sofridas eles conseguiram manter o alicerce intacto, retiraram fielmente as águas lacrimosas, remendaram o quanto puderam as paredes rachadas e sempre que tinham tempo de um jeito carinhoso de ser conseguiam me mostrar que as portas desse lar poderiam voltar a se abrir. Por isso, caso você tenha se interessado por essa nova morada, lembre-se que lá não estará só, e que principalmente, terá que respeitar os moradores que lá já vivem, pois esses há tempos zelam por esse lugar. Eles fazem festas quando um morador bom surge, mas também declaram guerra para alguns caso tentem danificar os concertos realizados. Não se preocupe com o aluguel! Não se preocupe com as regras lá posta! Preocupe-se com a sua bagagem, pois é ela o seu passaporte para adentrar nesse lugar, ela será o seu curriculum para ser aceito ou despedido. Uma vez interessado nesse coração, apresente suas credenciais e seu curriculum. Uma vez alugado esse coração, peço encarecidamente que reconsiderem esse anuncio.
- Informo ainda, que caso você, assim com eu, tenha uma coração/morada a ser reformado, indico uma equipe capaz de deixá-lo como era antes de ser danificado. Contratem o tempo como pedreiro, o amor próprio como servente, pois eles como niguém sabem preparar a massa necessária para reconstruir um lugar. Convidem a esperança para cuidar de suas portas e janelas, pois além de destravarem, ela troca as fechaduras e as deixam como verdes ingressos que se complementam com um céu azul vida. Para cuidar do seu telhado é bom chamar a confiança, pois tem um poder incrível de se aventurar a qualquer altura sem temer uma queda ou um erro improvável. A pintura do meu lar foi feita pela alegria, ela trabalha como nunca vi igual, numa felicidade contagiante transmitida através das cores do seu trabalho. Com essa equipe garanto-lhe caro amigo leitor que muitos corações aparecerão para ser alugados, pois as reformas serão feitas e os objetivos alcançados.

Sem mais nada a dizer, avisar, aconselhar ou anunciar, vos lembro "aluga-se um coração!"

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Eu preciso me perder do mundo para me encontrar em mim

Solidão...

Muitas pessoas entendem a solidão como o estágio de está só, isolada e desamparada por uma companhia alheia, mas você já parou pensar que as vezes é  necessário a solidão para você se encontra consigo    mesmo? Não existe solidão, isso mesmo, não existe, o que há é um encontro somente entre você e você. Então, por favor, pare de reclamar da vida, pare de falar que não há ninguém por você e que a sua vida é uma eterna solidão, pois o que você não quer admitir é que você se conhece tão pouco que tem a necessidade constante de si encontrar.

Hoje é o grande encontro, vista sua melhor roupa, coloque seu melhor perfume e mostre o seu melhor e mais sincero sorriso, com quem você irá se encontrar? Com você! Olhe dentro dos seus olhos e busque entender o que ele lhes falam, entendeu? Creio que não! Pois você está a olhar com desconfiança, não crê que quem está à sua frente seja você mesmo. Talvez seja preciso você ficar só dos outros para poder reconhecer você e deixar de se encontrar de acordo com o que os outros te intitulam. Seja você mesma independente da situação ou com quem esteja, não se envergonhe do que você é, pois sem você mesma por perto aí sim você ficará só.

Então busco e quero...

Busco por mim. E quero...
Quero o aconchego do meu próprio colo. Quero poder fazer meu próprio cafuné e contar-me aquelas piadas que sempre somente eu rio. Quero pode rir do barulho do meu sorriso bobo. Quero brincar do jogo da memória comigo mesma. Quero olhar nos olhos castanho claro e me reconhecer neles. Quero solidão, se dela dependo para me encontrar.

Eu preciso me perder do mundo para me encontrar em mim. Está acompanhada nem sempre significa não está só, e solidão nem sempre é está só. Pense nisso! Boa noite!    

                                                                            
P.S. Sem saber a razão de tudo isso, sinto como tivesse ficado sem inspiração para escrever. Se eu pudesse perguntar a Clarice Lispector ou a Mário Quintana perguntaria se eles se sentiam tão inúteis quando não escreviam. =(